Militar disparou sobre rapaz de 13 anos durante um assalto e esteve oito meses suspenso.
O militar da GNR Hugo Ernano, condenado por ter disparado sobre um rapaz levado pelo pai para um assalto, regressou hoje ao trabalho, depois de ter estado suspenso de funções durante oito meses. O guarda apresentou-se hoje no quartel da Pontinha, segundo confirmou o próprio ao JN. “Vários oficiais mostraram-me o seu apoio, incluindo o meu comandante e tudo o que quero, neste momento, é regressar à normalidade”, adiantou Hugo Ernano, acrescentando: “O mais importante, agora, é virar a página”. Hugo Ernano pertence à Unidade de Intervenção da GNR e assume as mesmas funções que ocupava antes da suspensão.
O caso do militar remonta a agosto de 2008. No decorrer de um assalto e de uma perseguição policial, o militar da GNR matou acidentalmente, com um disparo, um adolescente de 13 anos, em Santo Antão do Tojal, Loures.
Em 2013, o Tribunal de Loures condenou o GNR a nove anos de prisão e a indemnizar em 80 mil euros os pais da criança morta. O Tribunal da Relação de Lisboa reduziu a punição para pena suspensa de quatro anos de prisão e a indemnização para 45 mil euros. Enquanto o Supremo Tribunal de Justiça manteve a pena suspensa e aumentou a indemnização para 55 mil euros. Esgotados os recursos em Portugal, Hugo ainda pondera recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
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No mês passado, Hugo Ernano entregou os 55 mil euros no Tribunal de Loures referentes à indemnização. A verba foi angariada por um grupo de portugueses: seis mil pessoas juntaram-se e, em 71 dias, conseguiram juntar o dinheiro.
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