O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, garantiu que nada está fechado no que toca ao alargamento do aeroporto de Lisboa para o Montijo. “Há essa hipótese e há aparentemente essa pressão”, disse.
O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, considerou que tem sido “muito empolada” a hipótese de alargamento do aeroporto Humberto Delgado, Lisboa, e disse “não perceber porquê”, frisando que ainda se está numa fase “muito inicial da realização de estudos”. Falando em “pressões” que disse surgirem de vários lados, Azeredo Lopes frisou ser necessário “não se deixar influenciar muito pelo ruído” e insistiu que a preocupação do ministério da Defesa é “salvaguardar a operação da Força Aérea Portuguesa”.
A possibilidade do alargamento do aeroporto Humberto Delgado ou da construção de um terminal civil na base militar n.º 6, Montijo, para responder ao aumento do número de passageiros, é uma questão que “tem sido muito empolada sem conseguir perceber porquê”, disse, frisando que o Governo está “numa fase muito inicial da realização de estudos e ponderação de hipóteses”.
“Do que se trata aqui é, percebendo eu muito bem quando vem pressão para um lado ou quando vem pressão para o outro, de não nos deixarmos influenciar muito pelo ruído e insistindo politicamente no seguinte, não está nada decidido, estão estudos a decorrer”, disse, em entrevista à agência Lusa. Quanto à possibilidade da instalação de um terminal civil na Base Aérea militar n.º 6, Montijo, “há essa hipótese e há aparentemente essa pressão” mas, insistiu, não há mais nada para além de estudos que estão a decorrer.
Nem há “estudos secretos ou falta de transparência”, garantiu, numa alusão a críticas recentes por parte de deputados do PSD e do CDS-PP na comissão parlamentar de Defesa Nacional, que se queixam de não receber atempadamente toda a informação pedida sobre esta matéria. “Qualquer que venha a ser a solução, é importante e estou certo que vai acontecer, tem de ser salvaguardada a operação da Força Aérea. Se é importante ou não o Montijo? Claro que é importante, basta conhecer a dimensão da base que a Força Aérea tem”, disse.
O governante afirmou que “não tem preferência” sobre qualquer solução, frisando que a sua posição neste processo, que é interministerial, “é participar evidentemente, e depois ver qual é a solução mais razoável, a que melhor salvaguarda o interesse público, os interesses em presença e o interesse e a operação da Força Aérea”.
“É evidente que a presença da aviação civil numa base militar significa constrangimentos. Há várias questões que estão a ser ponderadas, são compatíveis ou não são compatíveis? Que alternativas há? Havendo alternativas de que forma é que compensam o desvalor? Tudo vai ser estudado e será decidido a seu tempo”, disse.
Segundo as Grande Opções do Plano, o Governo quer decidir no próximo ano o futuro do aeroporto de Lisboa, que pode passar pela sua expansão, ou pela existência de uma infraestrutura complementar. No documento, lê-se que “o Governo iniciou, em 2016, os estudos de avaliação da capacidade futura do Aeroporto Humberto Delgado, de modo a que, durante o ano de 2017, sejam tomadas as decisões necessárias sobre esta matéria”.
O ministro do Equipamento e Infraestruturas, Pedro Marques, já afirmou que uma equipa estava a estudar todos os pormenores relativos à opção do Montijo como solução para responder ao aumento da procura de passageiros. Segundo informação prestada pelo Governo ao parlamento, a conversão da Base Aérea do Montijo para receber um aeroporto civil implicaria “não só avultados investimentos como o aumento dos custos de operação” para a Defesa Nacional.